quinta-feira, outubro 29, 2009

Também tenho direito de babar....

Tenho evitado, ao longo destes anos, me gabar das gracinhas e feitos do meu filhote. É uma tarefa difícil para qualquer mãe: a tentação de mostrar seu rebento e suas realizações como excepcionalmente lindos, grandiosos, engraçados, maravilhosos e etc é muito grande.

Acontece que, durante a minha infância, senti a necessidade de ter que me sobressair, ser melhor, buscar a perfeição – provavelmente por ser a filha do meio, que buscava o seu espaço. Eu não podia ser só uma ótima aluna, eu tinha que ser a melhor! Isto acontecia com todos os aspectos da minha vida.

O ônus veio junto: carreguei este traço por toda minha vida, tornei-me uma perfeccionista e tive (ainda tenho) comigo a eterna sensação de que preciso ser mais, melhor, perfeita – nunca, nada basta - e só quem vive assim sabe o peso e o sofrimento que esta característica infringe na própria pessoa.

Talvez seja por esta razão que desejo algo diferente para meu filho. Pode parecer estranho, mas o fato é que desejo que meu filho seja, nada mais, nada menos, normal, médio. Nunca imaginei que pudesse desejar a “medianidade” para alguém tão importante para mim. Pois é, mediano – nem acima, nem abaixo. Quero que meu filho seja bem-resolvido!

Então, por isso, tento não ressaltar e me gabar de seus feitos. Muitas vezes, morro de vontade, mas tento me controlar.

Algumas características do Alexandre saltam aos olhos dos que o vêm e dos que convivem com ele: sua energia, sua simpatia, seu jeito sedutor e bem-resolvido. Sua risada gostosa e seu “corpitcho” (principalmente a bundinha!).

No seu desenvolvimento, a parte motora do Lelê sempre pareceu ser precoce e o seu forte. Na área da comunicação, as coisas pareciam ser mais lentas.

Então vamos ao que interessa: houve uma reunião de pais e mestres na escolinha do Lelê e não pude ir desta vez. Quando cheguei no dia seguinte, fiquei sabendo (pelas mães) que meu filho é o único em sua classe que já evoluiu a figura humana – do boneco batata, com cabeção e traços de pernas e braços, para um boneco mais proporcional, com cabeça, corpo e membros, além dos detalhes de cabelos, olhos e boca. E olha que meu filho é um dos mais novos da turminha!

Veja o desenho que recebi:



O tema foi o circo e ele desenhou a Mamãe Malabarista.
Fiquei toda orgulhosa!